Entrevista com o fotógrafo Rafael Rodrigues [Curadoria de Projetos de Design] #5
Publicado em 18/04/2024
Equipe Printi
"De início, era apenas uma diversão, um hobby, não almejava nada mais pra frente". Era nisso que Rafael Rodrigues, fotógrafo baiano, acreditava antes de se tornar um profissional talentosíssimo de olhar único sobre cenas especialmente cotidianas. Conhecido como Rafão, hoje ele acumula mais de 12,5 mil seguidores no Instagram.
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Como a fotografia chegou para Rafão
O artista conta que a fotografia chegou em sua vida de forma muito natural e ele simplesmente soube que aquele seria seu trabalho. "Tudo começou acontecer quando um amigo meu Yuri Nóbrega, que era DJ na época, me chamou para ajudar ele nos eventos que ele participava. A mãe dele tinha uma câmera digital e eu aproveitava pra registrar o show dele. Fui começando a gostar de verdade do que estava acontecendo e passei acreditar que era aquilo que eu gostava pelo fato das respostas de outras pessoas quando olham as fotos. Esse foi o meu contato real com a arte", relembra.
"Minha mãe me deu uma câmera semi profissional e eu comecei a colar nos eventos culturais da cidade (Camaçari - BA) para fotografar de graça mesmo, era uma forma de divulgar e mostrar que eu estava ali. Na mesma época, surgiu um oportunidade de lançar um edital para expor na Bienal da Une (União Nacional dos Estudantes) em 2013 que seria em Recife. Acabei mandando esse edital e passei".
Começo da carreira
"Sempre fui muito conectado com a arte, mas nunca tinha produzido nada. Pinturas e desenhos sempre me fascinaram, só que nunca pensei em arriscar ou ao menos tentar. Mas bem antes disso tudo, a fotografia já me encantava de todas as formas", conta Rafão.
Depois de passar no edital - ele foi o primeiro secundarista a passar em um edital de Artes Visuais da Bahia - ele expôs em um grande evento e a partir daí vieram os convites para trabalhar com cachê. "Passados alguns meses, já estava completamente envolvido com toda galera da cultura na cidade e todos já conheciam meu trabalho", diz com orgulho.
Sua história se entrelaça com a da banda Afrocidade, que estava no seu início também. "Fomos crescendo juntos", lembra. "Depois disso vieram Festival de Cultura e Arte pela Prefeitura de Camaçari, Camaforró e Festival de Arembepe por uma agência e diversos shows particulares em casas de shows em Camaçari e Salvador".
Por mais difícil que tenha sido para outras pessoas acreditarem, até mesmo para sua família que era aquilo que Rafão ia seguir para vida, ele foi em frente. "Isso me fez acreditar muito que aquilo era meu trabalho. E deu certo", comemora.
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Motivação para fotografar
Rafão conta que gosta muito e se cobra bastante para que suas fotografias dialoguem com o ambiente e façam as pessoas se sentirem dentro daquela foto. "Meu foco maior é esse: tentar fazer a pessoa se concentrar o máximo que possa diante daquela imagem e que abra diversas interpretações sobre ela. Isso que me deixa feliz, motiva e incentiva", explica.
"A resposta das pessoas contando seus casos e visões sobre aquela foto é algo inexplicável. Esse é meu objetivo maior. Causar essa dúvida, trazer esse sentimento e mostrar que uma imagem é capaz sim de transformar diversas opiniões. Fazer aquele momento que parece ser simples para alguns, uma ato transformador, imenso, e que se observarmos um pouquinho do que acontece em nossa volta, é tudo arte", completa.
Aplicação da arte
Venho buscando colocar minhas fotografias pra fora, em quadros, camisas. Por enquanto, Rafão faz alguns prints para venda de suas fotos, mas a ideia é colocá-las para fora, em quadros, camisas. "O que poderá acontecer mais pra frente é só com o tempo mesmo. Mas, sigo em busca de colocá-las em diversos lugares, seja expondo, camisa, quadros, pôsteres, pinturas e etc. Esse é um dos meus maiores desejos", finaliza.
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Publicado em 18/04/2024